segunda-feira, 17 de junho de 2013

Diego Tardelli: 'Acredito que encerrarei minha carreira no Atlético'


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Tardelli: "Pelos elogios que venho recebendo, merecia uma chance na Seleção" (Foto: Bruno Cantini)

Do time vice-campeão brasileiro em 2012 para a equipe semifinalista da Copa Libertadores de 2013, apenas uma peça mudou no Atlético-MG titular do técnico Cuca. E foi uma peça que, para a torcida, tem um brilho especial.

Diego Tardelli voltou após longa novela envolvendo Galo e o Al-Gharafa (QAT) e foi mais um investimento pesado de Alexandre Kalil e Cia. (R$ 14 milhões). Mas está retribuindo a confiança e idolatria com gols, mesmo que não seja o centroavante de 2009.

Se fosse fazer uma lista dos jogadores que mais são lembrados pela Massa alvinegra, Diego Tardelli só perderia (se é que não arrancaria um empate) para Ronaldinho Gaúcho. E, em campo, consegue dividir as responsabilidades com o gênio da camisa 10.

- Um elenco como este é difícil jogar de novo. Ronaldinho, Victor, Bernard, Jô. Jogadores que chegaram à Seleção Brasileira. E já fizemos história, chegar às semifinais da Libertadores. O pessoal comenta que é o melhor time de todos os tempos que o Atlético já teve. É bem legal. E será ainda mais se a gente conquistar (Libertadores ou Brasileiro) - disse o jogador, ao LANCE!Net.

Aos 28 anos, Tardelli está no auge, marca gols com frequência e possui média de tentos até superior a de Reinaldo, ídolo-mor do Galo. São 0,62 contra 0,53 do Rei, contabilizando os números absolutos dos dois artilheiros.

Com todos esses fatores e prestes a ser uma das referências do time que irá em busca da vaga na final da Liberta, DT9 já pensa até em encerrar a carreira no Galo.

Confira, abaixo, o bate-papo que o jogador teve com o L!Net, na Cidade do Galo:

L!Net: Você abriu mão de muitas coisas no Qatar para voltar ao Atlético?
Acho que abri mão de um pouco de tudo. Da minha vida tranquila. Financeiramente também eu abri mão de muita coisa. Mas eu queria estar aqui, neste momento da Libertadores, o momento do Atlético que é importantíssimo. Eu acompanhei no ano passado todo o time muito bem no Brasileirão. A festa que a torcida fez. Foi por isso que demorou a minha negociação, não era fácil, estava em um momento muito importante lá. E eu queria estar de volta. Isso era o foco principal meu.

L!Net: A identificação com a torcida, neste caso, pesou muito?
Principalmente, desde quando eu saí do clube, há dois anos, a torcida sempre pediu para eu voltar, queria que eu tivesse neste momento da Libertadores. Pelo que eu fiz também, né? Deixei uma marca muito bacana de gols e depois, quando sai, não teve substituto para fazer o que eu fiz. Por isto houve um pouco desta carência. E por isto resolvi voltar.

L!Net: Você é um dos artilheiros do Atlético no ano, ao lado do Jô. Queria que você falasse também sobre as suas estatísticas. Você tem 0,62 gols de média. Você liga muito para este tipo de número?
Eu gosto. Tenho uma meta este ano que é chegar ao centésimo gol (ele tem 84 pelo Galo). Acho que isso é bacana, entrando para a história do clube. Depois dos grandes artilheiros que teve aqui, Dadá Maravilha, Reinaldo. E, aos poucos, estou conseguindo este espaço. Acompanho sim, sempre estou atento e é a minha função (fazer gols).

L!Net: E a sua média de gols pelo Galo é maior que a do Reinaldo. 0,62 contra 0,53.
Ah, isso aí é muito legal, bacana. Acho que mostra a identificação, a motivação e a confiança que eu tenho de jogar pelo Galo. E a torcida me empurra. Me sinto muito à vontade aqui, por isso as coisas dão certo, fluem da melhor maneira possível.

L!Net: Mesmo você jogando de ponta-direita, os gols nãos se afastaram...
Isso mesmo. Não estou tão próximo do gol. E continuo fazendo (gols). Não perdi o cheiro de artilheiro (risos).

L!Net: Pelo momento que você viveu neste primeiro semestre, ficou alguma ponta de frustração por não ter sido convocado para a Copa das Confederações? Acha que poderia estar lá?
Talvez sim. Acho que pelo meu momento, pelo o que eu escuto falar fora daqui. Pelos elogios que eu venho recebendo diariamente, acho que merecia uma chance na Seleção. Mas frustrado não. Eu estou feliz pelas minhas partidas, pelos elogios. Vou continuar trabalhando para tentar mais uma chance. Não tem nada perdido. Ainda há a Copa do Mundo no ano que vem. Tem muita coisa para rolar...

L!Net: E a situação do Atlético no Brasileiro? A momentânea lanterna preocupa você?
É porque há a mudança de foco mesmo. Vivemos uma adrenalina muito grande da Libertadores. Quando se muda de competição, até você entrar no clima de Campeonato Brasileiro... São 38 rodadas. Então é aquela coisa: "Não deu nessa? Vamos tentar na próxima". Mas, quando não se ganha quatro, cinco jogos, rola uma desconfiança. Tentam colocar uma crise que não existe. A gente sabe que temos capacidade de voltar a vencer, de voltar a confiança. Acho que está tranquilo ainda. O Campeonato apenas começou. Vamos para o quarto jogo ainda.

L!Net: Apesar dessa situação incômoda no Brasileiro, vocês estão perto de uma vaga na final da Libertadores. Como trabalhar isto na cabeça? Ser um dos protagonistas da maior conquista do Atlético?
Eu sei a importância que será este título para mim e para o clube. O clube vive uma carência de títulos que vem de muitos anos. Mas a gente está sabendo lidar com isso. Sabemos da relevância que é levantar um troféu de peso, um Brasileiro, uma Libertadores. Então, estamos preparados. Sonhamos e imaginamos nós sendo campeões da Libertadores. Eu entrando para a história do clube por tudo que eu fiz. Então, é um sonho que estamos realizando a cada passagem de fase. Acho que estamos trilhando o caminho certo até uma final e até a conquista da Copa Libertadores.

L!Net: O Cuca completou 50 anos na sexta-feira. E você trabalha com ele pela terceira vez. O que você poderia falar sobre a evolução dele como treinador?
O Cuca mudou muito. E para melhor, claro. Desde a época do São Paulo que trabalhei com ele, tive problemas na minha adolescência, 18, 19 anos, mas tudo foi superado. Hoje é um dos grandes treinadores no nosso futebol, responsável pelo momento do Atlético. Só tenho a desejar parabéns para ele e que continue assim.

L!Net: Você tem contrato com o Galo até o começo de 2017, quando estará com 31 anos. Como você projeta seu futuro. Vai continuar aqui ou voltar para a Europa?
Ainda não sei. Mas pretendo continuar sim. Claro que a esposa pensa em voltar ao Qatar, porque gostou de lá, se deu muito bem. E tem as crianças. Mas acho que devo aproveitar o momento, estou aqui, não penso e sair e só quero sair daqui depois de um título importantíssimo.

L!Net: Se você pudesse, encerraria a carreira aqui?
Claro. Acho que vou encerrar. Acho que vou encerrar aqui mesmo. Não tem como. Minha vida é antes do Atlético e depois do Atlético. E isso é o mais bacana

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