O estádio Independência está funcionando irregularmente há mais de um ano. Uma audiência realizada na Câmara Municipal de Belo Horizonte, na tarde dessa quinta-feira, verificou que um documento determinou várias exigências para o funcionamento do estádio, e muitas não foram cumpridas. Essas exigências foram acordadas na reinauguração do estádio, e as principais são a instalação de um centro comunitário com atendimento à comunidade e o aumento do número de vagas no Independência.
O estádio pode ser interditado, afirma a Câmara, inclusive para o jogo do dia 10 de julho, entre Atlético-MG e Newell´s Old Boys, pela Libertadores. Para que isso não aconteça, as partes envolvidas devem enviar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Uma espécie de garantia de que o estádio vai receber as alterações necessárias para funcionar regularmente.
O vereador Wendel Soares de Mesquita (PSB) explicou que, na reinauguração Independência, as partes que administravam o estádio (Secopa e BWA) assinaram uma licença de operação. Essa "cartilha" contém 12 itens. O estádio teria dois meses para se adaptar às exigências, mas já se passou um ano e algumas delas não foram cumpridas. O acordo foi uma compensação pelos impactos ambientais causados pelo estádio na região do Horto, onde está localizado o estádio.
Uma das exigências é a implementação de um espaço comunitário para atender a comunidade dentro do Independência. Além da ampliação do número de vagas do estacionamento do estádio, que tem cerca de 500 vagas. O objetivo é dobrar essa capacidade, passar para quase mil.
Das 12 condicionantes apenas seis teriam sido cumpridas. Wendel afirma que o estádio está funcionando irregularmente e que as partes já estão cientes.
- Das 12 condicionantes apenas seis foram cumpridas. Ontem, em audiência na Câmara Municipal, os órgãos públicos reconhecerem que o Independência está funcionando irregularmente e isso é muito grave. A empresa que administra o estádio (a BWA) e a própria Secretaria de Meio Ambiente admitiram isso. Está irregular a licença de operação.
O vereador explicou que o objetivo não é interditar o Independência. Mas essa pode ser uma consequência caso uma medida não seja adotada. Wendel revelou que será elaborada um TAC, documento que prevê as melhorias no estádio, que regulariza a situação. Ele pondera sobre a realização das partidas, mas explica que o Termo de Ajustamento de Conduta tem que ser apresentado.
- Não queremos fechar o Independência, mesmo porque tem o jogo da semifinal da Libertadores, mas de toda forma nós não podemos deixar a coisa do jeito que está. Terça-feira nós temos uma reunião com o Délio Malheiros, que além de vice-prefeito é secretário do meio ambiente, para que se chegue a uma solução. Nós vamos fazer um TAC, Termo de Ajustamento de Conduta, para que aconteça o jogo normalmente. O jogo não pode deixar de acontecer, porque os torcedores estão com uma expectativa grande, e a gente não pode prejudicar isso. Mas tem que ser feito esse acordo entre o Ministério Público, a Secretaria de Meio Ambiente, a Secopa e a BWA, administradora do estádio.
As associações comunitárias dos moradores da região, que também estiveram presentes na audiência desta quinta-feira, já entraram com uma ação no Ministério Público. Eles pedem a paralisação imediata do estádio. Indignados com a situação, os associados reclamam da presença de flanelinhas, sujeira nas ruas e o caos no transito do bairro.
Procurada, a BWA, empresa que administra o Independência, explicou, por meio da assessoria de imprensa, que no contrato de gestão do estádio não há o compromisso de cumprir essas exigências com o governo do estado de Minas Gerais. A assessoria da Secopa foi procurada e ficou de emitir um pronunciamento oficial.
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