quinta-feira, 12 de maio de 2016

São Paulo bate Atlético-MG por 1 a 0 e sai na vantagem

Em uma noite de muita briga e pouco futebol, só poderia terminar 1 a 0 o placar do primeiro encontro entre São Paulo e Atlético Mineiro, pelas quartas de final da Copa Libertadores. Para a felicidade dos mais de 60 mil presentes, a vantagem magra em uma quarta-feira (11) tumultuada é do time paulista, que agora está a um empate da semifinal.


O gol saiu com Michel Bastos, aos 34 minutos do segundo tempo, de cabeça. Na comemoração, uma barra de ferro no setor térreo do estádio cedeu quando os torcedores se aglomeraram para festejar. Cerca de 10 são-paulinos caíram no fosso. Duas ambulâncias foram acionadas para acudir as vítimas, que se feriram levemente.

O episódio fez a partida ser interrompida por cinco minutos e esfriou o time de ampliar a vantagem. O 1 a 0 magro permite a equipe jogar pelo empate na semana que vem, no estádio Independência, em Belo Horizonte, para se classificar.

O incidente com a torcida foi mais um evento da lista de tumultos da noite de pouco futebol, 10 cartões amarelos e inúmeras faltas. O gol saiu da maneira mais óbvia, em uma cobrança concluída de cabeça.

A noite no Morumbi teve características até exacerbadas de jogo de Libertadores, principalmente em campo. A marcação dura, os lances com excesso de vontade, os cartões e a catimba tiraram dos dois times brasileiros sobreviventes na torneio a chance de mostrar bom futebol para a torcida, que desde cedo movimentou a região.

Três horas antes do jogo a praça em frente do Morumbi já estava lotada de são-paulinos. A pedido do elenco, o ônibus da delegação não deixou os jogadores diretamente na porta do vestiário, mas sim no estacionamento externo do estádio, próximo ao portão principal, onde estava a aglomeração.

O elenco quis se aproximar da euforia, em recepção com foguetório, bandeiras e gritos. O rápido contato com os fãs entre a descida do veículo e a caminhada até o portão deu uma ideia da euforia local.

O clima de expectativa fez o jogo ser menos uma disputa de futebol e mais de força. Os times estavam impetuosos a ponto de levarem cinco cartões amarelos em menos de 20 minutos. A quantidade de lances violentos e de polêmicas a cada dividida fez o árbitro colombiano Wilmar Roldán interromper a partida para se reunir com os capitães e pedir mais calma.

O excesso de faltas e a boa marcação do Atlético impediram o São Paulo de repetir a pressão ofensiva dos últimos jogos no Morumbi A equipe da casa encontrava quatro volantes para ajudar a defesa a marcar e não tinha no primeiro tempo a força dos avanços de Michel Bastos pela direita. Com lesão na coxa, ele ficou no banco e Wesley foi titular.

A organização do Atlético foi eficiente para acalmar a participação da torcida no Morumbi. O São Paulo se via obrigado a dar chutões infrutíferos para avançar e terminou o primeiro tempo com menos posse bola do que o adversário. O goleiro Victor só sofreu uma finalização perigosa. Os visitantes ainda tiveram um gol anulado.

A batalha em campo também deixou estragos. Robinho deixou o campo lesionado ainda no primeiro tempo, o Atlético viu dois jogadores receberem cartões e ficarem suspensos do jogo de volta - os volantes Junior Urso e Leandro Donizete - e o São Paulo perdeu Maicon machucado.

A pancadaria ligou o alerta que o resultado poderia ser definido em caso de alguma expulsão. Ou no máximo em alguma das inúmeras cobranças de falta, já que com a bola rolando, quase não houve futebol.

O enfadonho segundo tempo teve alguns sustos do Atlético e vibrações da torcida com os substitutos. Lugano entrou na vaga de Maicon para provocar a euforia da torcida. Michel Bastos superou a limitação física para ser acionado no segundo tempo e decidir o placar, ao marcar o gol da vitória.

A vantagem magra não permite o São Paulo viajar tranquilo para Belo Horizonte, onde vai enfrentar a força do Atlético no estádio Independência e o tabu de não ter vencido como visitante em 2016. Pelo menos, o técnico argentino Edgardo Bauza pode ter a certeza que terá de preparar o elenco para encarar uma nova guerra na semana que vem.

FICHA TÉCNICA

SÃO PAULO 1 x 0 ATLÉTICO-MG

SÃO PAULO - Denis; Bruno, Maicon (Lugano), Rodrigo Caio e Mena; Hudson e Thiago Mendes (Wilder); Wesley, Paulo Henrique Ganso e Kelvin (Michel Bastos); Calleri. Técnico: Edgardo Bauza.

ATLÉTIC0-MG - Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Erazo e Douglas Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete, Junior Urso, Patric (Clayton) e Robinho (Hyuri); Lucas Pratto. Técnico: Diego Aguirre.

GOLS - Michel Bastos, aos 34 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Wesley, Paulo Henrique Ganso e Kelvin (São Paulo); Rafael Carioca, Leonardo Silva, Robinho, Leandro Donizete, Junior Urso, Marcos Rocha e Patric (Atlético-MG).

ÁRBITRO - Wilmar Roldán (Fifa/Colômbia).

RENDA - R$ 4.137.596,00.

PÚBLICO - 61.297 pagantes.

LOCAL - Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).

domingo, 8 de maio de 2016

Atleticanos reconhecem méritos do América, mas valorizam entrega

 

Sem tempo para lamentações. Foi assim o comportamento dos jogadores do Atlético-MG após o empate no Mineirão que deu o título estadual ao América. Nas entrevistas na saída do campo, o assunto Libertadores já voltou a ser comentado, além do reconhecimento do rival, que passou pelos dois maiores clubes de Minas antes de levantar a taça.

- Ficamos tristes por não ter conquistado o título, mas satisfeitos com a entrega do time. Pressionamos o adversário e fomos penalizados em uma das poucas chances que tiveram. Mas o ano segue, temos a Libertadores na quarta, temos que procurar nos recuperarmos e pensar no São Paulo. É o nosso ano que está em jogo - comentou o goleiro Victor.

- O América fez uma boa campanha, cresceu na reta final, mas o Atlético também fez um grande papel, se entregou, lutou. Infelizmente a bola não entrou nas chances que criamos. Mas não há tempo para lamentações - acrescentou.

Para o lateral direito Marcos Rocha, a derrota por 2 a 1 na primeira partida foi crucial para o América. O camisa 2 do Galo também reconheceu o trabalho dos comandados de Givanildo, que voltaram a ser campeões depois de 15 anos.

- O título foi merecido pelo que aconteceu no primeiro jogo, nossa equipe jogou abaixo do esperado. O América foi feliz, hoje criamos algumas situações, mas não foram o suficiente. Em uma bola forte do América, o Borges fez o pivô para o Danilo, que é um ótimo jogador. Foi merecido, mas não podemos deixar de valorizar nossa luta - comentou.

América empata no fim e volta a ser campeão mineiro após 15 anos

 
Atlético-MG x América-MG

O Dia das Mães foi mais alviverde no domingo em Belo Horizonte. Atlético e América fizeram a final do Campeonato Mineiro de 2016 e a equipe de Givanildo Oliveira acabou levando a taça. Com a vitória no jogo da ida por 2 a 1, o Coelho jogava por um empate na partida decisiva. Em um jogo muito emocionante, o América saiu atrás e esteve perto de perder a taça, mas Danilo, o jogador da final, com três gols em dois jogos, marcou o gol que valeu o empate e o título.

Os gols da partida foram marcados por Clayton, aos 12 minutos do segundo tempo, e Danilo, aos 37, também da etapa final. Desta forma, o estado de Minas Gerais volta a ter o América campeão depois de 11 anos.

Antes da partida, Aguirre surpreendeu na escalação atleticana, colocando o lateral Marcos Rocha no meio do campo e deixando o time titular sem um armador de ofício. Robinho e Leandro Donizete ficaram no banco de reservas, enquanto o capitão Leonardo Silva sequer foi relacionado, por causa do desgaste muscular.

O jogo

O panorama do primeiro tempo foi um só. Melhor em campo, o Atlético começou pressionando, enquanto o América tentava marcar a saída de bola à espera do erro para engatilhar o contra-ataque. Em um deles, Victor Rangel invadiu a área e assustou a torcida alvinegra. Mas o Galo continuou melhor e ainda antes dos 15 minutos forçou o goleiro João Ricardo a operar dois pequenos milagres dentro da área. Primeiro na finalização do zagueiro Erazo, depois cortando o cruzamento rasteiro de Marcos Rocha.

Depois de minutos muito favoráveis ao Atlético, o Coelho conseguiu deixar o nervosismo de lado e passou a ter mais segurança na defesa e qualidade para atacar. Em um lance que parecia perdido, Victor Rangel experimentou uma bicicleta fora da área e Victor fez uma belíssima defesa. Já próximo do intervalo, o atacante americano provocou a expulsão de Tiago, ao roubar a bola do zagueiro e só ser parado com falta do meio de campo.

Mesmo com um a menos, o Atlético voltou a todo vapor na última etapa. Com Robinho em campo, o Galo tirou o "uh" da torcida por duas vezes em cinco minutos, justamente em lances com o camisa 7. Mas aos 12 não teve jeito. O rei das pedaladas deixou Pratto na cara do gol. O goleiro João Ricardo até parou o centroavante, mas ofereceu o rebote para Clayton abrir o marcador. 1 a 0 para explodir o Mineirão.

O gol assustou o América, que sentiu claramente o baque e caiu na roda do Galo, mesmo com a vantagem numérica. A proposta de se fechar todo atrás já não era mais vantajosa, e o Coelho até demorou para voltar a atacar o gol de Victor. Aos 37 minutos, Alison recebeu o vermleho e deixou as duas equipes com dez jogadores. Quando tudo parecia perdido, Borges fez o pivô dentro da área e Danilo (autor de dois gols na final) chutou no canto esquerdo e empatou. Nos cinco minutos finais, o Galo voltou a ser todo pressão e até criou chances para marcar, mas o Coelho conseguiu se segurar e ficou com o título. América campeão mineiro de 2016.

ATLÉTICO 1x1 AMÉRICA

Motivo: Jogo de volta, final do Campeonato Mineiro 2016
Data/Hora: 08/05/2016, às 16h
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio
Assistentes: Alessandro Alvaro Rocha de Matos e Carlos Berkenbrock

GOLS: Clayton, 12'2ºT (1-0); Danilo, 38'2ºT (1-1)
Cartões amarelos: Tiago (CAM); Osman, Sueliton, Alison (AME)
Cartão vermelho: Tiago (CAM); Alison (AME).
Público/Renda: 47.928 presentes/R$1.228.935,00.

ATLÉTICO: Victor, Carlos Cesar (Edcarlos - 18'2ºT), Tiago, Erazo e Douglas Santos; Rafael Carioca, Júnior Urso, Marcos Rocha; Hyuri (Robinho - Intervalo), Carlos (Clayton - 40'1ºT) e Lucas Pratto. Técnico: Diego Aguirre.

AMÉRICA: João Ricardo; Artur (Jonas - 10'2ºT), Alison, Sueliton e Bryan; Claudinei (Borges - 32'2ºT), Leandro Guerreiro, Danilo, Rafael Bastos (Tiago Luís - 23'2ºT) e Osman; Victor Rangel. Técnico: Givanildo Oliveira.

Aguirre lamenta gol no fim e valoriza luta dos jogadores do Galo em decisão

 

O técnico Diego Aguirre surpreendeu mais uma vez. Com Carlos César na lateral direita e Marcos Rocha de meio campo, o treinador do Atlético-MG teve que mexer na equipe para a decisão do estadual. As mexidas deram certo até os 38 minutos do segundo tempo, quando Danilo acertou um chute de esquerda e marcou o gol que empatou o jogo por 1 a 1 e deu o título ao América-MG.

Apesar da perda do título estadual, a partida executado pelos jogadores do Galo foi bastante exaltada em diversos momentos da entrevista coletiva do técnico uruguaio.

Diego Aguirre; Atlético-MG (Foto: Reprodução/TV Globo)

- Sempre que eu tomo as decisões, acho que são as melhores. Não tem que dar explicações sobre quem joga. E tenho muitas razões para tomar as decisões. Acho que fizemos um bom jogo. Os jogadores deram tudo pela vitória. Estivemos perto, mas lamentavelmente tomamos um gol e isso mudou tudo. Falei com eles que temos que manter a atitude e a vontade para quarta-feira, porque temos um objetivo muito grande.

Sobre as mudanças, entre elas a improvisação de Marcos Rocha e o fato de alguns jogadores serem poupados, Diego Aguirre considerou certas as escolhas e ressaltou que colocou a campo o que tinha de melhor disponível para a decisão deste domingo.

- O dia que o treinador não colocar sua convicções no campo, acho que não pode treinar. As vezes ganha, e isso faz que dê certo. Se você ganha e fôssemos campeões, seria espetacular, boas decisões e inteligência. Se não ganha, "Como fez isso?". As decisões que você toma, como não ganhamos, parece que não foram boas. Estou muito tranquilo, pois colocamos o melhor time que poderíamos colocar no campo. Nós também não podemos esquecer que viemos de um jogo muito intenso e teremos outro mais intenso ainda. Os jogadores pressentem alguma dificuldade, alguns riscos, que fazer tomar as decisões.

Não tenho nada para falar contra eles. O único ruim foi o resultado. Quero que o Atlético-MG jogue com intensidade, com essa atitude. Hoje não deu, quarta-feira passada deu e tomara que quarta-feira que vem dê também
Diego Aguirre

A luta e a intensidade foi valorizada por Diego Aguirre, que espera o time mostrando a mesma força na quarta-feira, quando o adversário será o São Paulo, pela Libertadores.

- A expulsão foi um erro nosso, porque poderíamos chutar a bola e perdemos. O juiz esteve bem. Depois não é um tema de relaxar ou não. O Atlético-MG lutou contra o contrário, com um jogador a menos grande parte e marcam o gol. Não tenho nada para falar contra eles. O único ruim foi o resultado. Quero que o Atlético-MG jogue com intensidade, com essa atitude. Hoje não deu, quarta-feira passada deu e tomara que quarta-feira que vem dê também.

Agora o Atlético-MG vira o disco e foca na competição continental. Nesta quarta-feira o time alvinegro tem o São Paulo pela frente, pela primeira partida das quartas de final, no Morumbi, às 21h45 (de Brasília).

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