Enquanto aguardam com ansiedade a primeira final da Copa do Brasil, os torcedores do Atlético-MG se questionam até onde o técnico Levir Culpi pode chegar. O treinador salvou um ano que parecia morto para os mineiros trabalhando sempre com constantes problemas.
Desde que chegou, em abril, Levir já superou suspensões, contusões, calendário apertado, indisciplinas – e não foram poucas –, mas conseguiu levar o Atlético-MG ao grupo dos primeiros colocados do Campeonato Brasileiro e finalista da Copa do Brasil.
Levir chegou ao Atlético-MG para substituir Paulo Autuori, questionado no cargo com apresentações fracas, apagadas e com estilo ultrapassado. Logo nos primeiros dias, foi eliminado da Copa Libertadores. Junto com isso enfrentou o momento ruim de Ronaldinho.
Levir, porém, seguiu seu trabalho. Aos poucos, foi mostrando resultados e organizou o time da mesma forma que o antigo técnico Cuca: com quatro atletas avançados – maneira que mais agradava os torcedores.
A parada para a Copa do Mundo ajudou o treinador. O Atlético-MG fez amistosos na China, sempre com Ronaldinho saindo no inicio do segundo tempo. De volta, seu time venceu a Recopa Sul-Americana, ainda com o camisa 10 saindo no começo da etapa complementar.
Logo após a conquista do título sobre o Lanús, da Argentina, Levir perdeu de vez Ronaldinho. Informações de bastidores dão conta de que o atleta e o treinador tiveram alguns desentendimentos, nada confirmado na despedida que contou com mais de uma hora de homenagens e coletiva de imprensa.
No Campeonato Brasileiro, enquanto todos olhavam para os líderes, Levir trabalhou calado. Aos poucos, foi se aproximando do grupo dos quatro primeiros até alcançar a vice-liderança. Junto disso, porém, o treinador precisou lidar quase que em todas as partidas com problemas de contusões ou suspensões e poucas vezes conseguiu repetir a equipe em duas partidas seguidas.
Além disso, com a saída de Ronaldinho, os problemas disciplinares não acabaram, mas mudaram: Jô virou garoto problema para Levir. O jogador sumiu por duas vezes, alegou dificuldades particulares, mesmo com sua imagem sendo vista na noite. A gota d'água foi um "ato de indisciplina grave" cometido por Jô, André e Emerson Conceição, que tiveram seus contratos suspensos por 30 dias.
Levir segue superando problemas. Na Copa do Brasil as atenções não se voltaram para o Atlético-MG, que não tinha mais Ronaldinho. Pela chave e tradição, ninguém acreditou no time alvinegro de Levir Culpi. A torcida acreditou.
Acreditou em uma virada improvável contra o forte Corinthians, após perder o jogo de ida por 2 a 0 e conseguir a classificação com 4 a 1. Situação idêntica à do confronto contra o Flamengo – com mesmos números nas duas partidas. "Eu já penso em largar o futebol. Só o Atlético-MG é capaz de coisas assim. Eu não tenho saúde para isso", disse, emocionado.
O torcedor agora pede a permanência do treinador. Assim como foi em outras épocas, Levir chegou com desconfiança, foi chamado de burro, mas surpreendeu. "Sem dúvida, é um ponto que não dá para esquecer é a capacidade do Alexandre Kalil em investimento. É uma coisa para conseguir os objetivos. E eles sempre pensam em chegar na frente. Tem que ter uma boa estrutura, o Atlético-MG tem isso. Houve investimento forte no time e no CT. Isso vai, automaticamente, fortalecendo a equipe. Ainda conta com uma torcida muito grande", finalizou.
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